O governo da Venezuela fez uma denúncia formal nesta quinta-feira (24)
O governo da Venezuela fez uma denúncia formal nesta quinta-feira (24), afirmando que o Brasil impediu sua entrada no Brics durante a cúpula que ocorreu na cidade russa de Kazan. Essa ação foi considerada pela administração venezuelana como uma “agressão” e um “gesto hostil” contra o país sul-americano.
De acordo com o comunicado emitido pelo Ministério das Relações Exteriores da Venezuela, o país contava com o “apoio e respaldo dos países participantes” da cúpula para formalizar sua adesão ao bloco. No entanto, a representação do Itamaraty, sob a liderança do embaixador Eduardo Paes Saboia, decidiu manter o veto que havia sido imposto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que se opôs à inclusão da Venezuela no grupo ao longo de seu mandato.
O MRE venezuelano qualificou essa decisão como “inexplicável e imoral”, ressaltando que o veto representa uma afronta à soberania da Venezuela e um retrocesso nas relações diplomáticas entre os dois países. A Venezuela tem buscado uma maior integração com os países do Brics, que inclui potências emergentes como Rússia, China, Índia e África do Sul, e vê essa exclusão como um obstáculo ao seu desenvolvimento econômico e político.
As relações entre Brasil e Venezuela têm sido tensas desde as eleições presidenciais venezuelanas de 28 de julho, quando Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato em meio a alegações de fraude eleitoral. Desde então, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem insistido na necessidade de transparência e na divulgação das atas eleitorais para restaurar a confiança nas instituições democráticas da Venezuela.
Apesar do esfriamento nas relações, os dois países reataram seus laços diplomáticos em janeiro de 2023, após a ruptura que ocorreu em 2019, quando Bolsonaro reconheceu o opositor Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. Em maio de 2023, durante um encontro no Palácio do Planalto, em Brasília, Maduro e Lula discutiram uma “nova época” nas relações bilaterais, mas a recente decisão do Brasil em relação ao Brics pode complicar ainda mais esse processo de reconciliação.
A situação continua a ser monitorada de perto, tanto pela comunidade internacional quanto pelos cidadãos dos dois países, que esperam por um desfecho que possa levar a um fortalecimento das relações e à estabilidade na região.
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